O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), não havia se manifestado neste sábado (14), até o fechamento desta edição, sobre a morte do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, o advogado Gustavo Bebianno, pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio de Janeiro. Coordenador da campanha de Bolsonaro em 2018, Bebianno morreu aos 56 anos, na madrugada de sábado, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
O ex-ministro estava em um sítio com o filho quando se sentiu mal, por volta das 4h. Ele ainda foi socorrido para o Hospital das Clínicas de Teresópolis. Segundo a Polícia Civil, o corpo foi levado ao IML, apesar de laudo ter confirmado infarto fulminante como a causa da morte, devido a uma lesão no rosto, resultado de um tombo no banheiro.
Governo
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, lamentou a morte do advogado. Mourão lembrou que Bebianno esteve desde o início na campanha que elegeu Bolsonaro. “Transmito meus pêsames à família de Gustavo Bebianno, que esteve conosco desde os primeiros momentos da campanha vitoriosa de Jair Bolsonaro. Eventualmente, a política nos afasta, mas não apaga o bom combate que travamos juntos”, escreveu o vice-presidente.
O único integrante do primeiro escalão do Governo Bolsonaro a comentar a morte foi o ministro da Educação, Abraham Weintraub. “Nesse momento, deixo no passado as divergências. Manifesto meus sentimentos à família e desejo que ele esteja em paz, em um lugar melhor”, escreveu no Twitter.
O ex-ministro foi coordenador da campanha de Jair Bolsonaro em 2018 e se aproximou do presidente no início de 2017 como um admirador e eleitor. Ele se tornou presidente nacional do PSL quando Bolsonaro ingressou no partido.
Ao assumir a Secretaria-Geral da Presidência, foi alvo de críticas do filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), e da ala ligada ao grupo do guru Olavo de Carvalho. O ex-ministro foi o primeiro a ser demitido, em fevereiro do ano passado, no auge da crise das candidaturas-laranjas.
Após deixar o Governo, Bebianno passou uma temporada nos EUA. Na volta ao Brasil, se aproximou do governador de São Paulo, João Doria, para quem vinha prestando consultoria. Filiado ao PSDB, ele chegou a confirmar sua pré-candidatura à Prefeitura do Rio no início do mês.
Bolsonaro não se pronunciou publicamente sobre a morte do ex-aliado. Ontem, ele apareceu, dentro do Palácio do Alvorada, de bermuda e com uma camiseta amarela com a frase “O meu partido é o Brasil”. A camiseta foi utilizada durante a campanha eleitoral. No dia em que sofreu o ataque a faca em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018, o presidente vestia um modelo semelhante.
Repercussão
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também comentou a morte de Bebianno. “Lamento muito a morte precoce do Gustavo Bebianno. Tivemos um relacionamento muito respeitoso e ele sempre se mostrou correto e equilibrado no trato dos assuntos. Seria mais um bom quadro para a disputa na nossa cidade do Rio. Meus sentimentos aos seus familiares”, disse.
O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), lembrou a atuação de Bebianno nas últimas eleições. “Bebianno teve papel decisivo e foi fundamental para a eleição de 2018. Me apoiou em tudo e, sem ele, não teria chapa em São Paulo por impedimento da Justiça Eleitoral. Foi injustiçado e, emotivo como era, ele agonizava a cada dia com a tristeza da execração pública não merecida. Meus pêsames a toda a família”, afirmou o senador.
Em notas, o PSDB e João Doria também lamentaram a morte. “Com profundo pesar recebi a notícia da morte de Gustavo Bebianno. Seu falecimento surpreende a todos. O Rio perde, o Brasil perde. Bebianno tinha grande entusiasmo pela vida e em trabalhar por um País melhor. Meus sentimentos aos familiares e amigos nesse momento de dor”, escreveu Doria.
O corpo de Gustavo Bebianno foi enterrado no fim da tarde de sábado, no Cemitério Municipal Carlinda Berlim, em Teresópolis. Viaturas da Polícia Militar fizeram a segurança no local.
Diário do Nordeste
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