Tente explicar a um amigo estrangeiro que começa neste fim de semana o campeonato de futebol mais importante do país, com escalações reservas, técnicos interinos, pressionados e estreantes, jogadores lesionados e torcidas à beira de um ataque de nervos.
O Campeonato Brasileiro sofre de bipolaridade. Sufocado entre os destrutivos estaduais, um preâmbulo de consequências pesadas demais, e as copas financeiramente sedutoras, ele tem como missão inicial ser prioridade de seus 20 participantes.
A fartura de opções do atual campeão Palmeiras e de talento do Flamengo, turbinados por cofres suntuosos, os colocam obrigatoriamente entre os favoritos.
Junto a eles, Cruzeiro e Grêmio têm Mano Menezes e Renato Gaúcho desde julho e setembro de 2016, respectivamente. O êxito do trabalho de longo prazo, tão clichê quanto evidente, permite que reforços e jovens da base se encaixem nessas equipes muito mais rapidamente do que em outras.
Some-se o Corinthians, especialista em ganhar independentemente da qualidade do jogo que apresenta. O hábito de seus jogadores às conquistas faz da vitória um processo de osmose.
Do poderoso quinteto, só o Corinthians não está na Libertadores. Mas todos disputarão as oitavas de final da Copa do Brasil, que dará R$ 67,3 milhões ao campeão – um pouco menos se o título ficar com um dos clubes que entram direto nas oitavas, R$ 61,9 milhões.
A Libertadores pode ser ainda mais rentável, com US$ 20 milhões ao campeão – na cotação atual, R$ 78,6 milhões. Quem conquistar o Brasileirão receberá R$ 33 milhões em prêmios.
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