A deputada estadual em São Paulo Janaina Paschoal (PSL) está fora do grupo de Whatsapp do seu partido, o mesmo do presidente Jair Bolsonaro, e ameaça deixar a bancada da legenda na Assembleia Legislativa do estado.
Em conversa com os colegas de partido, ela demonstrou insatisfação com posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro, principalmente a publicação de um vídeo em que ele aparece como “enviado de Deus”, segundo a mensagem do pastor francês Steve Kunda. A conversa foi divulgada pelo site da rádio Jovem Pan.
No grupo, Janaina questionou a sanidade de Bolsonaro após a publicação do conteúdo de caráter messiânico.
“Eu peço que vocês assistam e respondam: ‘O senhor, um presidente da República, na plenitude de suas faculdades mentais, publicaria um vídeo desse?’”, afirmou na mensagem.
A deputada. que teve a maior votação da história do país na última eleição, foi uma das responsáveis pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Ainda em tom de desabafo, pouco antes de sair do grupo, Janaina disse que os colegas de partido “estão cegos” e “presos na bolha”. Complementa dizendo que deixará a bancada.
“Estou saindo do grupo, vou ver como faço para sair da bancada. Acho que os ajudei na eleição, mas preciso pensar no país. Isso tudo é responsabilidade”.
Apesar da atitude, Janaina Paschoal disse que o gesto não significa rompimento com o Bolsonaro, mas, ao contrário, é uma tentativa de “salvar o governo”.
Nesta segunda-feira (20), a deputada tem feito de seu Twitter uma plataforma para criticar a condução do governo Bolsonaro. Voltou a apresentar motivos pelos quais não defende a manifestação marcada para o próximo domingo (26), em apoio ao governo.
“O governo se colocou na situação em que está”, tuitou Janaina, nomeando a situação de “imobilismo”. “E chama as pessoas para tirá-lo do imobilismo. Por quê?”.
Na sequência de publicações, a deputada relembrou episódios que, na sua visão, seriam erros cometidos pelo governo e que ajudaram a compor o quadro atual.
Janaina citou o apoio do PSL a Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara Federal. Na ocasião, ela diz ter apoiado “candidatos mais identificados com os ideais pelos quais lutamos” e disse que o governo iria se “arrepender amargamente” pelo apoio dado a Maia.
Redação Ceará Agora
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