Devido à pandemia do coronavírus, tornou-se obrigatório o uso de máscaras para reduzir a possibilidade de contaminação. No entanto, as máscaras opacas impossibilitam a realização da leitura labial, fator importante na comunicação, principalmente para as pessoas que possuem algum tipo de deficiência auditiva.
“O estudo é para a confecção de máscaras que tenham uma transparência para que se possa ver o movimento da boca. O objetivo é proporcionar a comunicação completa, porque uma parte da nossa comunicação verbal é feita também pela leitura dos lábios, mesmo de uma forma inconsciente. A UFPI também mantém o curso de libras e seria imprescindível a aplicação dessas máscaras”, afirmou o Prof. Dr. Fábio Rocha, coordenador do estudo.
As máscaras estão sendo desenvolvidas por professores e alunos da UFPI. Atualmente, os pesquisadores estão realizando a fase de testes do segundo protótipo. O Ministério Público do Trabalho (MPT) apoiou financeiramente a fabricação de 500 máscaras que serão destinadas aos professores da UFPI e aos alunos do curso de Libras. Além disso, mais máscaras serão fabricadas para uso hospitalar.
“A gente foi pesquisando o modelo de anatomia e também modelos com filtros. A segunda versão tem filtro de baixo custo para respiração de acordo com os modelos já aprovados pela Anvisa. Vamos submeter o segundo protótipo a testes laboratoriais para chegar nos índices homologatórios da Anvisa. Também pretendemos remodelar o maquinário específico que está em desenvolvimento para que sejam produzidas mais máscaras em menos tempo”, explicou o pesquisador.
Segundo Prof. Fábio Rocha, com a conclusão do desenvolvimento das máscaras de uso universitário, os pesquisadores irão se dedicar à elaboração da máscara para o uso hospitalar. “Entregando essa primeira fase, vamos desenvolver esse novo protótipo para uso hospitalar. O avanço dessa pesquisa faz parte do Projeto do Hospital de Campanha Estadual, para que a gente obtenha um tipo de máscara melhor desenvolvida, mais aprofundada para que possamos tentar uma homologação junto à Anvisa para o uso em ambiente hospitalar”, disse.
O estudo liderado por Fábio Rocha, que também é coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFPI, conta com a colaboração dos professores Danilo Azevedo e Antônio Sales do curso de Engenharia Mecânica. Além do apoio dos alunos bolsistas de iniciação cientificas financiados pelo Projeto de PDI do Hospital de Campanha Estadual, Matheus Brandão, Rômulo Pereira e Karen Piauilino, de Engenharia Mecânica, e João Marcos Vilar do curso de Engenharia Elétrica.
Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI)
O Hospital de Campanha Estadual (HCE) foi criado em caráter emergencial para tratar pacientes com a Covid-19 no contexto de um Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) liderado por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Nesse contexto, estão sendo realizadas, no hospital, pesquisas científicas nas áreas de Medicina, Ciências da Computação, Engenharia Elétrica, Direito, Administração, Farmácia e Matemática. As pesquisas inovadoras contribuirão para o avanço da ciência e como base para o enfrentamento de futuras pandemias. A gestão técnica e administrativa do HCE, que integra o PDI, é uma parceria entre a UFPI, a Secretaria de Estado da Saúde (SESAPI) e a Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação (FADEX).
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
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