No mais tardar em duas semanas, a previsão é que o gás de cozinha chegue a R$ 150 no Ceará. O valor, que estava estável no Estado há mais de um mês, por volta de R$ 114, vai sofrer impacto do reajuste da Petrobras que passa a valer nesta sexta-feira, 11 de março. A avaliação é do especialista em Petróleo, Ricardo Pinheiro.
A estatal anunciou ajuste do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), saindo de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilograma vendido às distribuidoras, um aumento de cerca de 16%.
Já o aumento dos valores de combustíveis ao consumidor deve chegar já nesta sexta-feira, 11 de março, nos postos que comprarem novos estoques. Segundo Ricardo, o preço da gasolina deve variar entre R$ 8,50 a R$ 9, e o diesel de R$ 7,50 e R$ 8 no Ceará. Ele ainda não descarta novos aumentos nas próximas semanas se a guerra da Rússia contra Ucrânia continuar.
Nas refinarias, a variação no preço será aplicada sobre o litro da gasolina comum, com alta de 18%, e do óleo diesel, com acréscimo de 24,9%.
Com os reajustes, a partir de amanhã, 11 de março, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Considerando os percentuais de composição de preço, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será de R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,54 por litro.
No caso do óleo diesel, o preço praticado pela Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro.
O último reajuste nesses combustíveis havia sido feito há 57 dias e conforme a Petrobras, o aumento “vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda”. No caso do gás de cozinha, não havia um reajuste por parte da Petrobras há 152 dias.
“Esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade”, afirma a Petrobras.
Impacto da guerra da Rússia e Ucrânia nos combustíveis
O aumento implementado pela Petrobras ocorre em meio à escalada de preços do petróleo no mercado internacional diante da instabilidade gerada na oferta do produto com o conflito armado da Rússia com a Ucrânia.
A invasão da Rússia à Ucrânia elevou o preço do barril de petróleo tipo brent, referência ao mercado e produzido essencialmente no leste europeu, ao maior patamar desde 2014, superando os US$ 110 (dólares americanos).
A Petrobras destaca ainda que monitora os preços praticados internacionalmente de forma regular e pontua que os reajustes são necessários para “o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”.
A estatal reconhece ainda a instabilidade na oferta de petróleo no mercado internacional gerada pela guerra na Ucrânia pode gerar novos reajustes caso os países do ocidentes não tomem ações que busquem o equilíbrio econômico entre os agentes importadores de petróleo e derivados.
Com informações dos jornalistas Carol Kossling e Alan Magno
Jornal O Povo
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