Enfermeiros e técnicos de enfermagem de Quiterianópolis realizaram, na manhã desta quarta-feira (21), uma manifestação pacífico em prol da luta pelo piso salarial da categoria. O ato foi por volta das 8h, em frente ao Hospital e Maternidade Quitéria de Lima.
Vestidos de preto, simbolizando luto, os profissionais seguravam cartazes e gritavam palavra de ordem como “enfermagem não pode parar, piso já”.
A coordenadora da atenção primária à saúde, enfermeira Socorro Soares, participou do ato e lembrou que a manifestação faz parte do Dia Nacional da Paralização da Enfermagem. “É uma forma de protesto e de reivindicação por este piso. Aqui, no município de Quiterianópolis, não aderimos a greve, mas fizemos pelo menos um movimento pacífico, rápido, para não atrapalhar os serviços, principalmente os essenciais, para também dar nossa contribuição nessa paralização nacional”, frisou.
A enfermeira Ana Glaucia Pedrosa destacou a importância dos profissionais da enfermagem, no dia a dia, das unidades de saúde. Ela lembrou que um hospital ou qualquer unidade não funciona sem a enfermagem. “Nós somos mais de 80% da mão de obra no SUS [Sistema Único de Saúde]. Então, o que estamos querendo é reconhecimento e valorização, porque principalmente nesse período de pandemia muitos perderam suas vidas em nome do bem estar da população”, ressaltou.
Sancionada pelo governo federal, a Lei 14.434/2022 instituiu o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. Para enfermeiros, o piso previsto é de R$ 4.750. Para técnicos, o valor corresponde a 70% do piso, enquanto auxiliares e parteiras terão direito a 50%.
O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o piso alegando que é preciso uma fonte de recursos para viabilizar o pagamento do piso salarial. O ministro disse que é favor do piso salarial da enfermagem, mas aceitou a suspensão diante do risco de descumprimento imediato da lei.
Segundo o ministro, hospitais particulares estavam realizando demissões por antecipação. Além disso, obras sociais, santas casas e prefeituras relataram que não têm recursos para fazer o pagamento do piso.
Repórter Cícero Lacerda e Anderson Martins
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