A escola estadual Maria José Coutinho, em Quiterianópolis, celebrou nesta segunda-feira (12), 25 anos de ensino e aprendizado. Para comemorar a data a comunidade escolar realizou um momento, no período da tarde, com a participação de professores, funcionários, alunos, pais, parceiros e colaboradores.
O momento contou com a presença da diretora da escola, Franciana Bezerra, e da titular da 15ª Coordenadora Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede 15), Jeane Noronha. Na ocasião, foram entregues comendas à figuras que já passaram por ali como antigos servidores, alunos, pais e parceiros que, de alguma forma, contribuíram ou contribuem com o desenvolvimento daquela instituição de ensino.
O evento também fez uma memória da luta para a fundação da escola, construção da primeira e da atual sede da instituição, além dos desafios enfrentados e das conquistas alcançadas pela escola Maria José Coutinho.
A luta para a criação da escola
A escola estadual Maria José Coutinho surgiu da necessidade da comunidade local, sendo que o município de Quiterianópolis só era assistido por uma escola tida como particular (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC), onde muitas famílias não tinham recursos financeiros suficientes para arcar com a mensalidade que, mesmo sendo um valor apenas simbólico, não dava para pagar, já que a maioria dos estudantes eram filhos de agricultores.
Foi então que, em janeiro de 1995, Maria dos Anjos Bezerra Silva, percebendo a angústia das famílias que não podiam pagar a mensalidade para que seus filhos estudassem sentiu-se sensibilizada e sugeriu que todos deveriam lutar para construir uma escola em nível estadual e logo teve o apoio da sociedade local para procurar as entidades que poderiam se engajar nessa luta.
No dia 08 de março do mesmo ano, por ocasião do Dia das Mulheres, nasceu a ideia de um abaixo-assinado, elaborado pela madre Irmã Aiuce, onde na ocasião dividiu-se o grupo de mulheres para coordenar e acompanhar as assinaturas da sociedade quiterianopolense, sendo elas: Mariquinha Batista, Dos Anjos, Edineuza Maia, Ritinha Canuto, Natália Maia e os professores: Maria Salveni, Erisvaldo e Do Carmo, além de outros voluntários da comunidade.
Logo que foram colhidas as assinaturas e elaborado o documento, enviaram à Secretaria Estadual de Educação, em Fortaleza, então presidida pelo secretário de Mário Parente. O gestor respondeu de imediato que no momento não era possível, mas, este sempre estimulava a comunidade a continuar tentando e não desistir.
Em 1996, a luta continuou havendo reunião novamente no dia 08 de março, em que decidiu-se elaborar outros documentos, contando com a participação de outros parceiros que seriam entidades e autoridades locais, como, Igreja Católica, Prefeitura, Câmara, Sindicato dos Trabalhadores e Grupo de mulheres. Após a reelaboração de novos documentos, o grupo encaminhou-se a Fortaleza, com o apoio e parceria do deputado João Alfredo e Irmã Erbenia, para entregar em mão os documentos ao secretário de Educação do Estado, Professor Antenor Naspolini.
O secretário os atendeu de pronto dizendo: “Não trabalhamos com tijolos, apenas com cabeça, se tiverem como construir um prédio mandaremos uma extensão”. Em 1997, primeiro ano de gestão do ex-prefeito Francisco Vieira Costa, juntaram-se novamente e procuraram a parceria do prefeito que imediatamente deu a ordem de serviço para que fosse construído um prédio para a Escola de Ensino Fundamental e Médio Maria José Coutinho, na avenida Laurindo Gomes, tendo seu primeiro dia letivo em 17 de março de 1998. A sua criação veio ao encontro dos anseios da comunidade estudantil e das famílias não ter que fazer deslocamento de seus filhos para outros centros.
Primeira direção
Em 1998, foi nomeada a primeira direção da escola, ficando como diretora geral a professora Antônia Genilde Soares de Melo, vice-diretora a professora Sandra Maria Ximenes Carvalho e secretária a professora Eva Luiza Gonçalves Nóbrega, ambas funcionárias públicas estaduais, admitidas por Concurso Público realizado em 1997.
Demais diretores
João Capistrano, Dineuza Maia, Maria do Carmo, Elvira Sousa e Franciana Bezerra (atual)
Os primeiros professores
A Escola iniciou com grandes dificuldades de recursos humanos, em decorrência da inexistência de docentes da Rede Estadual de Ensino para lecionar conforme habilitação exigida pelo Conselho Estadual de Educação, surgindo, portanto, a necessidade de contratação temporária, em que dez (10) professores foram contratados para o ano de 1998, sendo eles Francisco Mardônio Vieira – Língua Portuguesa, João Capistrano Neto – Matemática e Física, Manoel Vieira de Carvalho – professor de Química, Rizomar Gonçalves Teixeira – Língua Inglesa, Antônio Luiz Coutinho de Carvalho – professor de Geografia, Pietro Del Fabbro (padre Pedro) – professor de Filosofia, Gerlane Soares Rodrigues – professora de Arte e Educação e Educação Física, Francisca Erbenia de Sousa – professora de Ensino Religioso e Sociologia, Valdimiro Vieira Coutinho – professor de Biologia e Ramilson Coutinho – professor de História.
Texto sobre a História da escola: Franciana Bezerra (diretora)
Repórter Cícero Lacerda
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