O Tribunal de Contas da União aprovou na noite desta quarta-feira, 10, um pedido para que possíveis irregularidades nos gastos com cartão corporativo pela Presidência da República sejam investigadas. As despesas, que vieram a público no mês passado, aumentaram na gestão de Jair Bolsonaro na comparação com seus antecessores Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT).
Serão avaliados os pagamentos sigilosos feitos desde janeiro de 2017, no governo Temer, até agora. O pedido de investigação foi feito pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES). O relator do caso, Vital do Rêgo, sugeriu uma auditoria sobre os gastos do cartão presidencial e recebeu apoio unânime do plenário.
Com isso, o TCU decidiu instaurar uma auditoria para apurar a legalidade dos gastos. Fabiano Contarato também pediu que as contas se tornassem públicas, mas Vital do Rêgo preferiu adiar essa decisão.
Os gastos na atual gestão ficaram, em média, em R$ 709,6 mil por mês, alta de 60% em relação ao governo do emedebista e de 3% em comparação com a administração da petista.
O valor total das despesas do cartão da presidência são divulgados, mas a maioria dos gastos fica sob sigilo, como alimentação e transporte de Bolsonaro. A justificativa é que a rotina presidencial é sensível e sua exposição pode colocar em risco o chefe do Executivo.
Não há um prazo máximo para que a apuração do TCU seja finalizada. Também não há uma data marcada para que o pedido de publicidade das despesas seja analisado.
Em nota, o governo federal afirmou estar “ciente da decisão” do TCU e explicou que as despesas de Bolsonaro em 2019 foram 32,11% menores que os gastos realizados em 2018 e menores que as médias anuais de mandatos anteriores.
Revista Veja
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