O número de envolvidos nos processos de preparação e execução de uma partida de futebol inibe a criação de rótulos. A quantidade de variáveis que se encontra semana após semana não permite que se atribua resultados a apenas um fator. São diferentes adversários, gramados, necessidades, climas, e destaca-se a adaptabilidade de treinadores e jogadores.
A primeira rodada do Campeonato Brasileiro debochou dos rótulos. Jorge Sampaoli escalou o Santos com três zagueiros e está claro não ser essa uma ação defensiva. O São Paulo da década passada, o Grêmio de Tite e a Seleção de Felipão – em 2002 –, para falar apenas de exemplos nacionais, já nos ensinaram.
O argentino não abriu mão de qualquer conceito em Porto Alegre. Apenas adequou-se ao duelo contra o Grêmio, dono do futebol mais encantador do país, e de forças bem conhecidas.
Os índices finais de posse de bola – 63% dos gaúchos e 37% dos paulistas – têm de ser relativizados. O Santos fez 1 a 0 aos cinco minutos de jogo. Ampliou aos 34. Daí em diante, natural que o Grêmio tenha tido o domínio. A posse sempre precisa ser analisada em relação ao placar, senão pode distorcer realidades.
Além da versatilidade coletiva da equipe de Sampaoli, ficou de um belo jogo a impressão de que Diego Tardelli terá, em breve, lugar cativo com Renato Gaúcho. Mais próximo de uma forma física que lhe permita rendimentos de alto nível, ele tem inteligência rara no futebol brasileiro para usar o pivô a seu favor: encontra o passe e o espaço para receber a tabela. Como Renato não abre mão de um 9 com essas características, logo formará essa parceria.
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